19 de janeiro de 2013



CONDENAÇÃO DO FILÓSOFO SÓCRATES





(Foto 1)



 

Resolvi readaptar um artigo que escrevi a mais de cinco anos.

Veja as adaptações abaixo.

O professor de filosofia chegando à escola da pequena cidade do interior paulista propõe uma “simulação” do julgamento do grande pensador grego, Sócrates (469 a 399 a.C).

Montou o cenário, com juiz, acusadores, defesa e é claro o interprete do réu – Sócrates.

Fizeram o roteiro da peça.

Com autorização do professor, iniciou-se a encenação.

O interprete de Sócrates recusa o seu direito de defesa, pois se defender é se incriminar.

Sem perder tempo, a acusação começa. “Esse homem na frente de vocês, não crê nos nossos deuses.  Como pode, abandoná-lo e interessar-se pela problemática humana” indaga. “Ele tira o poder dos deuses, e, coloca-o na sabedoria humana” ironiza. “Ah! Pergunte para ele? Qual a essência do homem? Dirá que é a alma humana, e não nossos deuses” enfatiza. “Quero que prestem atenção no que direi e encerro a minha fala. “Sócrates chegou a afirmar que a alma humana é a maior riqueza dos humanos”. “Desprezando nossos deuses” conclui.

O juiz ouve atentamente as acusações. E pergunta. “Sócrates você quer se defender?”

Ele apenas acena com a cabeça negativamente.

O juiz pede um tempo, para analisar o processo, após longa espera, o juiz volta e diz. “Vocês acusam esse homem, porque ele afirma que o maior bem humano não é o corpo, mas sim a psyche, ou seja, a alma, a inteligência”. Prossegue. “Este homem além de extremamente virtuoso, propõe nada mais que autodomínio da racionalidade, sugerindo uma liberdade interior que controle os instintos e desejos. Ele afirma que a felicidade não vê das coisas exterior tais como os deuses e, sim do âmago da alma humana”. “Vocês querem condenar um homem que propõe a paz, pois a única arma existente para ele é a razão persuasiva” pondera o julgador. “Sabe por que Sócrates não acredita nos nossos deuses? Pois para esse sábio há um Deus Inteligente e Ordenador, por isso ele não venera nossos deuses que vocês manipulam” conclui.

 Nisso a assembleia se revolta.

Uma pequena confusão se forma.

Mas o juiz pacificou dizendo que anunciaria a sua decisão.

Após pedir ordem disse. “Eu em nome da lei que me foi confiada eu te absolvo”.

A confusão tornou-se a complicar e acabaram por lincharem Sócrates.

E o apresentador da simulação encerra com voz forte e pausadamente. “Mas uma vez a democracia, vontade da maioria condena Sócrates”.

O professor finaliza a aula dessa forma, “Essa história é inverídica, usada apenas para aludir como ainda hoje condenamos sábios, com base nos nossos princípios religiosos, morais ideológicos e políticos”.

Será que ainda fazemos isto na atualidade?


(Foto 1) Fonte da Imagem: superhistorimat.blogspot.com



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