CONDENAÇÃO DO FILÓSOFO SÓCRATES
(Foto 1)
Resolvi readaptar um artigo que escrevi a mais de cinco anos.
Veja as adaptações abaixo.
O professor de filosofia chegando à escola da pequena cidade do interior
paulista propõe uma “simulação” do julgamento do grande pensador grego,
Sócrates (469 a 399 a.C).
Montou o cenário, com juiz, acusadores, defesa e é claro o interprete do
réu – Sócrates.
Fizeram o roteiro da peça.
Com autorização do professor, iniciou-se a encenação.
O interprete de Sócrates recusa o seu direito de defesa, pois se
defender é se incriminar.
Sem perder tempo, a acusação começa. “Esse homem na frente de vocês, não
crê nos nossos deuses. Como pode,
abandoná-lo e interessar-se pela problemática humana” indaga. “Ele tira o poder
dos deuses, e, coloca-o na sabedoria humana” ironiza. “Ah! Pergunte para ele?
Qual a essência do homem? Dirá que é a alma humana, e não nossos deuses” enfatiza.
“Quero que prestem atenção no que direi e encerro a minha fala. “Sócrates chegou
a afirmar que a alma humana é a maior riqueza dos humanos”. “Desprezando nossos
deuses” conclui.
O juiz ouve atentamente as acusações. E pergunta. “Sócrates você quer se
defender?”
Ele apenas acena com a cabeça negativamente.
O juiz pede um tempo, para analisar o processo, após longa espera, o
juiz volta e diz. “Vocês acusam esse homem, porque ele afirma que o maior bem
humano não é o corpo, mas sim a psyche, ou seja, a alma, a inteligência”. Prossegue.
“Este homem além de extremamente virtuoso, propõe nada mais que autodomínio da
racionalidade, sugerindo uma liberdade interior que controle os instintos e
desejos. Ele afirma que a felicidade não vê das coisas exterior tais como os deuses
e, sim do âmago da alma humana”. “Vocês querem condenar um homem que propõe a
paz, pois a única arma existente para ele é a razão persuasiva” pondera o
julgador. “Sabe por que Sócrates não acredita nos nossos deuses? Pois para esse
sábio há um Deus Inteligente e Ordenador, por isso ele não venera nossos deuses
que vocês manipulam” conclui.
Nisso a assembleia se revolta.
Uma pequena confusão se forma.
Mas o juiz pacificou dizendo que anunciaria a sua decisão.
Após pedir ordem disse. “Eu em nome da lei que me foi confiada eu te
absolvo”.
A confusão tornou-se a complicar e acabaram por lincharem Sócrates.
E o apresentador da simulação encerra com voz forte e pausadamente. “Mas
uma vez a democracia, vontade da maioria condena Sócrates”.
O professor finaliza a aula dessa forma, “Essa história é inverídica,
usada apenas para aludir como ainda hoje condenamos sábios, com base nos nossos
princípios religiosos, morais ideológicos e políticos”.
Será que ainda fazemos isto na atualidade?
(Foto 1) Fonte da Imagem: superhistorimat.blogspot.com
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