25 de setembro de 2013

COMO O HOMEM SE TORNOU HOMEM?


COMO O HOMEM SE TORNOU HOMEM?

‘’ O cidadão norte–americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão , cuja planta se tornou doméstica na Índia; ou de linho ou de lã de carneiro , um e outro domesticados no Oriente Próximo; ou de seda, cujo emprego foi descoberto na China. Todos esses materiais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente Próximo. Ao levantar da cama faz uso dos ‘mocassins’ que foram inventados pelos índios  das florestas do Leste dos Estados Unidos e entra no quarto de banho cujos aparelhos são uma mistura de invenções europeias e norte-americanas, umas e outras recentes. Tira o pijama, que é vestuário inventado na Índia, e lava-se com sabão que foi inventado pelos antigos gauleses , faz a barba que é um rito masoquístico que parece provir dos sumerianos ou do antigo Egito.

Voltando ao quarto, o cidadão toma as roupas que estão sobre uma cadeira do tipo europeu meridional e veste-se. As peças de seu vestuário têm a forma das vestes de pele originais dos nômades das estepes asiáticas; seus sapatos são feitos de peles curtidas por um processo inventado no antigo Egito e cortadas segundo um padrão proveniente das civilizações clássicas do Mediterrâneo; a tira de pano de cores vivas que amarra ao pescoço é sobrevivência dos xales usados aos ombros pelos croatas do século XVII. Antes de ir tomar o seu breakfast , ele olha a rua através da vidraça feita de vidro inventado no Egito;e, se estiver chovendo, calça galochas de borracha descoberta pelos índios da América Central e toma um guarda-chuva inventado no sudoeste da Ásia. Seu chapéu é feito de feltro, material inventado nas estepes asiáticas.

De caminho para o breakfast, para comprar um jornal, pagando-o com moedas, invenção da Líbia antiga. No restaurante, toda uma série de elementos tomados de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faça é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano. Começa o seu breakfast, com uma laranja vinda do Mediterrâneo Oriental, melão da Pérsia, ou talvez uma fatia de melancia africana. Toma café, planta abissínia, com nata e açúcar. A domesticação do gado bovino e a ideia de aproveitar o seu leite são originárias do Oriente Próximo, ao passo que o açúcar foi feito pela primeira vez na Índia. Depois das frutas e do café vêm waffles, os quais são bolinhos fabricados segundo uma técnica escandinava, empregando como matéria-prima o trigo, que se tornou planta doméstica na Ásia Menor. Rega-se com xarope de maple inventado pelos índios das florestas do leste dos Estados Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de alguma espécie de ave domesticada na Indochina ou delgadas fatias de carne de um animal domesticado na Ásia Oriental, salgada e defumada por um processo desenvolvido no norte da Europa.

Acabando de comer, nosso amigo se recosta para fumar, hábito implantando pelos índios americanos e que consome uma planta originária do Brasil; fuma cachimbo, que procede dos índios da Virgínia, ou cigarro, proveniente do México. Se for fumante valente, pode ser que fume mesmo um charuto, transmitido à América do Norte pelas Antilhas, por intermédio da Espanha. Enquanto fuma, lê notícias do dia, impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventando na Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas dos problemas estrangeiros, se for bom cidadão conservador, agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-europeia, o fato de ser cem por cento americano.” 

3 comentários:

Eloize Ellen Silva de Souza 1ºA disse...

O texto nos constra um pouco sobre o hábito de uma pessoa, nos fala como o dia dela começa, nos explica o que ela foi, os lugares que frequenta, e as coisas que usa. Em determinado momento nos conta um pouco do hábito e do costume depois da refeição, é um texto interresante, mais tem-se um grau de dificuldade grande para compreende-lo.

Milena Andreotti Prado 1ºA disse...

O texto na minha opinião é uma forma de nos mostrar que além dessas coisas conhecidas que temos e usamos, tanto mostra que vieram de fora do Brasil, foram também inventadas por pessoas de antigamente.
Ou seja uma forma de nos mostrar a cultura de outros povos, e nessa forma de querer nos mostrar da onde veio certas coisas e quem as produziram também conta sobre a vida e o dia-a-dia de um morte-americano. Um texto complicado mais que com atenção é possível entender pois ele nos conta três coisas ao mesmo tempo.

Laiene Rodrigues da Silva 1ºA disse...

A mensagem que o texto procura passar é que em todo o mundo, todos os lugares, tudo em nossa volta até comida, e descreve aonde ele foi fabricado ou inventado. Todas essas coisas foram criadas pelos antigos, e em todos os lugares do mundo.
Tudo em nossa volta, o que vestimos, comemos e até, tudo é cultura, cultura de país, cultura de uma vida.